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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

6 Chaves de Andrews





Lawrance Andrews na SPO-2014

Hoje vamos falar das 6 chaves de uma oclusão ideal desenvolvida pelo Dr. Lawrence Andrews

Em 1972, o gênio Dr. Andrews publicou seu artigo na American Journal of Orthodontics, intitulado:
"The six keys to normal occlusion"¹ - As 6 chaves de uma oclusão normal.

Pessoal, estamos crescendo e quero convidar vocês para ver esse artigo do nosso novo blog https://odontologiatotal.net/, com estrutura renovada e promessa de muito conteúdo bacana.

Ao final deste post você será capaz de:
  1. Saber como surgiu as 6 chaves;
  2. A importância das 6 chaves criadas por Andrews;
  3. Saberá Identificar uma oclusão normal;
  4. Terá acesso ao post sobre a classificação das maloclusões de Angle;
  5. Terá acesso ao artigo original das 6 chaves de uma oclusão normal.
Então vamos lá...

Andrews demorou 4 anos para reunir 120 modelos que considerou com uma oclusão ideal utilizando os seguintes requisitos de seleção:
  • O paciente nunca ter sido tratado ortodonticamente;
  • Exibir dentes bem alinhados e com boa anatomia;
  • Aparência de oclusão perfeita;
  • Paciente que se tratados ortodonticamente não teriam beneficio algum.
Como não poderia ser esquecido, Andrews utilizou também como referência para sua primeira chave a posição do primeiro molar descrita por Angle em 1899, quando publicou a Classificação das maloclusões, que é utilizada até hoje. Temos post aqui no blog sobre essa classificação "clique aqui" para ver.

A partir deste estudo surgiram as 6 chaves de uma oclusão normal (ideal).

Além disso Andrews criou o primeiro bráquete pré ajustado, que veremos em outro post.

Para que serve?

Este estudo foi muito importante, pois até então não se tinha uma referência muito precisa de uma oclusão ideal. Hoje tendo um modelo base, podemos buscar no tratamento ortodôntico, nos aproximarmos das 6 chaves descritas por Andrews.


Tenho que decorar as 6 chaves?
SIM e não. Na verdade as 6 chaves nos dão a referência de normalidade, sendo assim, se não soubermos o que é normal como saberemos corrigir o que está errado?
Sendo assim as 6 chaves devem estar bem fixadas na cabeça de qualquer dentista, pois é peça fundamental no diagnóstico.

Uma coisa importante !!!

Devemos sempre ter em mente que o ortodontista deve "Levar o que está errado para o lugar certo", levando em consideração os conceitos de normalidade, porém sem esquecer que cada paciente é um ser único, e o que é normal em um caso pode não ser em outro, ou seja, não devemos nos limitar a tratar o paciente buscando as 6 chaves, devemos sempre avaliar o perfil do paciente e estruturas ósseas.
Não adianta nada entregarmos uma oclusão perfeita e o paciente estar descontente com o perfil. (Pense nisso!!!)

Eu sempre conseguirei alcançar as 6 chaves?

Eu vou ser um pouco radical e dizer que você dificilmente chegará as 6 chaves de maneira perfeita, o que temos que ter em mente é buscar se aproximar ao máximo delas, levando em consideração o item descrito acima.


Bla bla bla, a parte, vamos começar ...


Chave I – Relação Molar:

São avaliados 7 fatores para definir a 1ª chave de oclusão:
As 6 chaves de Andrews
1.1 - Ocorre quando: A cúspide mésio vestibular do 1ºMolar superior oclui no sulco mésio vestibular do 1ºMolar inferior. (Igual foi descrito por Angle, se lembra? se não, clique aqui e reveja a Classificação das Moloclusões de Angle).


Classe I

1.2 - A crista marginal distal do primeiro molar superior permanente oclui na crista marginal mesial do segundo molar inferior.




Fonte: Azenha, 2011 ²
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1.3 – A cúspide mésio palatina do 1ºMolar superior oclui na fossa central do 1ºMolar inferior.






Relação Pré Molares1.4 - As cúspides vestibulares dos pré-molares superiores possuindo relação de cúspide-ameia com os pré-molares inferiores;




Relação interarcos
Fonte: Azenha, 2011 ²
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1.5 - as cúspides palatinas dos pré-molares superiores possuindo uma relação cúspide-fossa com os pré-molares inferiores;





Caninos
1.6 - o canino superior com uma relação cúspide-ameia com o canino e primeiro pré-molar inferior. A ponta da cúspide levemente mesial à ameia;
Linhas médias coincidentes
1.7 - Os incisivos superiores sobrepondo-se aos inferiores e as linhas medianas dos arcos coincidentes.






Nossa! tudo isso só pra definir a chave I? Isso mesmo, mas calma, as próximas chaves tem definições mais sucintas, porém não menos importantes, hold on !!!:


Chave II Angulações:



Chave II
Observe a angulação das coroas para mesial
Todas as coroas apresentam angulação positivas, o que corresponde a uma angulação de parte oclusal ou incisal da coroa para mesial em relação à cervical. 

"Tá, e pra que serve isso?
Serve como referência tanto para colagem como durante a movimentação para avaliarmos se a coroa está com uma angulação correta ou não. Além de:"

Angulação

  • Dentes muito angulados ocupam mais espaço na arcada, podendo gerar falta de espaço.
  • Dentes pouco angulados ocupam menos espaço, podendo gerar diastemas.





Veja os Exemplos:
Clique na Imagem para Ampliar



Chave III – Inclinação da coroa (Torque)


Inclinação dos Superiores
A inclinação dos incisivos centrais superiores é sempre positiva (nos incisivos centrais são mais positivas que nos laterais superiores); os caninos e os pré-molares são negativas e os primeiros e segundos molares são também negativas, mas ligeiramente mais negativas do que as dos caninos e pré-molares.


Inclinação dos Inferiores

A Inclinação dos dentes inferiores tende a ser negativa e gradativamente mais negativas até os molares.


Reparem que eu sublinhei a palavra "Inclinação", cuidado para não confundir inclinação e angulação, inclinação se refere ao torque, que é a inclinação "Vestíbulo-lingual", já a angulação refere-se ao sentido "mésio-vestibular".

Andrews calculou as Inclinações e Angulações que segundo ele seriam ideais:


Valores médios da inclinação e angulação vestíbulo-Palatino
da coroa dos dentes superiores (ANDREWS)
Valores médios da inclinação e angulação vestíbulo-lingual
 da coroa dos dentes inferiores (ANDREWS)

Chave IV – Ausência de rotações dentais:


Ausência de Rotações Posteriores
Ausência de Rotações Posteriores

Anteriores
Ausência de Rotações Anteriores


Na chave IV durante o tratamento, temos que levar em consideração se a rotação é anterior ou posterior, repare na imagem ao lado, este pré molar rotacionado está ocupando mais ou menos espaço na arcada? É claro que mais. Já se você observar a figura acima onde vemos a rotação anterior vai reparar que está ocupando menos espaço, então tenha em mente:

" Dente posterior rotacionado geralmente ocupa mais espaço, já dente anterior rotacionado geralmente ocupa menos espaço."

Chave V – Contatos interproximais justos:


Os pontos de contato Interproximais devem ser justos, a menos que haja discrepância no diâmetro mésio distal das coroas.

Clique na Imagem para Ampliar

Esquema representando as ameias vestibular e palatina, o espaço interdental e o sulco interdental. Nota-se que devido á divergência das faces proximais no sentido Vestíbulo-lingual, a ameia lingual é maior que a vestibular.


Classe VI – Curva de Spee:

E finalmente a última e não menos importante chave de Andrews:


A profundidade de Curva de Spee é ausente ou levemente côncava. 






Basicamente podemos encontrar três configurações de curva de spee, veja:


Curva de Spee Côncava
(pouco espaço – tende apinhar os dentes)


Curva de Spee quase plana
(espaço correto para os dentes)
Curva de SPEE convexa
(muito espaço – tende a provocar diastemas)



  • A profundidade média da curva de spee é de 2,5 mm
  • A profundidade ideal segundo Andrews é de 1,5 mm



Ainda não está satisfeito? baixe aqui o artigo original do autor.

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Obrigado pela visita!

Fontes e referências:


1- ANDREWS, L.F. The six keys to normal occlusion. Am. J. Orthod. ,v.62, p.296-309, 1972.
2- Livro: Protocolos Em Ortodontia - Cláudio R. Azenha, Eduardo Macluf  Filho

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